Heavy

O vento transpassa as árvores e lambe o telhado.

A nuca pesada, ultimamente tem sido uma amiga solicita,

que ás 3 da manhã insiste em não me largar.

Largar e largar, é o que minha mente diz incessantemente, 

mas meu subconsciente parece não ouvir....

Me ouvir? Mas, quem sou eu, se não o próprio subconsciente,

a mente, e a nuca...

Cansei desse fardo de corpo e conjunto.

Aprendi uma vez que o que há é, o "Eu corpo", e não o, "Meu corpo".

Mas, julgo dizer que prefiro a separação sugerida em : "Meu corpo", 

Já que gostaria de separá-lo, 

parte por parte, para montar de novo e de novo. 

Que nem lego ou tetris, só que errado, 

com a cores trocadas certamente.

Passa batido de novo, a tentativa de distânciaaa...

Tela branca e luz artificial, 

unidos contra a noradrenalina e

a minha visão. 

Olho seco, seco, seco. 

Absurdo como, ciente de tudo,

a decisão ainda sim é de permanência.

Burra? De novo e de novo presa no looping 

da falsa esperança de uma nova rotina regrada.

O vento parou, chuva seria uma boa substituta.






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